A sexualidade mexe com a cabeça da gente, a dos outros e principalmente a nossa, o que nos assusta acho que é o padrão heteronormativo que nos obriga a acreditar na necessidade de uma definição que vem seguida da necessidade de defendê-la diante das demais. Observo os outros e me observo naquilo que me dá mais prazer na vida e no corpo,... naquilo que implica uma definição sexualizada e de gênero diante das possibilidades de prazer real ou imaginário. Aqueles que se consideram felizes com suas escolhas tendem a querer que os outros também escolham essa forma de felicidade e identificam nas representações estereotipadas do gênero o que melhor poderá lhe satisfazer e qual identidade você apresenta e deve assumir, como fizeram com Dorian. Isso também pode se tornar uma forma de opressão.
Acontece que a identidade não é só o que os outros vêem, mas é principalmente como e com o que você se identifica, como num jogo de espelhos. Nem sempre o que você vê é o que você é e nem sempre o que você é apresenta-se visivel aos olhos, nem mesmo aos seus e pior, nem sempre o que você é, é o que gostaria de ser. Acredito que a melhor maneira de deixar alguém feliz é permitir-se ficar bem, diante daquilo com o que ele se identifique naquele momento, até porque a correnteza passa e leva tanta coisa, o tempo é inexorável, as larvas viram casulos e borboletas enfeitam o mundo, principalmente quando livres!
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